O futuro da jornada de trabalho e o debate sobre a escala 6×1: oportunidades de gestão com tecnologia
O fim da escala 6x1 pode redefinir a jornada de trabalho no Brasil, e a tecnologia surge como aliada estratégica para gestores e empresas que buscam eficiência e qualidade de vida
A discussão em torno da possível extinção da escala 6×1, regime em que o trabalhador tem apenas um dia de descanso após seis de trabalho, tem se intensificado no Brasil. O tema ganha relevância por envolver diretamente setores que dependem de operação contínua, como varejo, saúde, alimentação e serviços em geral, ao mesmo tempo em que reflete transformações mais amplas no mundo do trabalho e nas expectativas da sociedade.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o brasileiro trabalha, em média, 39 horas por semana, estando acima de países como França e Alemanha. Esse dado sugere que, mesmo sem mudanças formais, as realidades das jornadas já apontam para uma reorganização que pode se tornar ainda mais significativa caso a escala 6×1 deixe de existir. Somado a isso, uma pesquisa recente da Nexus revelou que 65% dos brasileiros apoiam a redução da carga horária semanal, alcançando 76% entre os jovens. Isso indica uma tendência cultural clara em direção a modelos que conciliem produtividade e qualidade de vida.
Para gestores e empresários, esse cenário traz desafios imediatos. A redução ou redistribuição da jornada de trabalho afeta diretamente escalas, custos e planejamento operacional. Por isso, o debate não deve ser encarado apenas como uma mudança legislativa, mas como uma oportunidade de preparar as organizações para novos modelos de gestão de pessoas e, antecipar-se a esse movimento pode ser o diferencial para liderar a adaptação no setor.
A tecnologia assume um papel fundamental nesse cenário. Plataformas de Workforce Management (WFM) já permitem simular cenários de diferentes jornadas, avaliar impactos em horas extras e custos, otimizar a alocação de equipes e garantir conformidade legal. Mais do que ferramentas de controle, essas soluções oferecem inteligência para a tomada de decisão, permitindo que liderem e planejem o futuro de forma segura e embasada em dados.
Independentemente do resultado das discussões em andamento, a sinalização é clara: a escala 6×1 tende a ceder espaço a modelos de trabalho mais equilibrados. As empresas que enxergarem essa mudança como oportunidade, investindo em planejamento estratégico e tecnologia, estarão mais bem posicionadas para manter a eficiência, reduzir riscos e oferecer jornadas compatíveis com as demandas atuais da sociedade.